sábado, 15 de maio de 2010

MANCHA PÓS VERÃO

Quem ainda está desfazendo as malas da viagem de férias pode ter trazido algo mais que somente boas lembranças do passeio. As chamadas manchas de verão na pele são comuns nesta temporada e exigem tratamentos específicos, dependendo do grau de acometimento. Se o plano é estender a folga até a quarta-feira de cinzas, a dica é se prevenir, principalmente pelo fato de este ser um dos verões mais quentes dos últimos anos e a radiação ultravioleta estar ainda mais intensa neste período.
As manchas de verão podem surgir em várias partes do corpo, em cores e formatos diferentes, e são classificadas como melanose solar, melasma ou fitofotodermatose. Em todos os casos, as manchas surgem em consequencia da exposição prolongada ao sol, que pode desencadear uma produção acima do normal da melanina, pigmentação que dá cor à pele e aos cabelos. De acordo com Nilza Cristina Cassimiro Soares, cirurgiã plástica especialista em medicina estética, as manchas podem surgir logo depois do contato com os raios solares.
Segundo a especialista, em quem já tem sinais na pele, como sardas, pode haver uma piora imediata no aspecto das nódoas. "Em casos mais graves, a combinação de sol com o contato de substâncias como óleos bronzeadores caseiros e sucos de frutas cítricas na pele pode provocar, além das manchas, queimaduras." Para evitar essas complicações, a principal indicação é se proteger. "Melhor do que tratar é evitar que as manchas surjam. O uso de protetor solar é fundamental, inclusive as reaplicações, especialmente em mulheres grávidas ou que usam anticoncepcionais. Por questões hormonais, o risco de a pele manchar é maior. Chapéus, bonés e viseiras também ajudam."
Em peles oleosas, é indicado o uso de protetores em gel ou creme oil free, além de cuidados com a hidratação da pele. "É importante fazer uma limpeza adequada, duas vezes ao dia, com produtos específicos, além da ingestão de muito líquido ao longo do dia." Peles com acne também exigem cuidados especiais, já que, por causa da inflamação, a área apresenta metabolismo mais elevado e, quando exposta ao sol, produz mais melanina. Outro cuidado importante é o de lavar bem as mãos e a boca depois de ingerir líquidos feitos a partir de limão (como a caipirinha) e laranja e não usar produtos para bronzear feitos caseiramente, sem acompanhamento dermatológico.

CREMES: Quando o estrago foi feito e a pele já está manchada, existem três tipos de tratamento, que podem ser feitos separadamente ou – o mais comum – de forma associada. De acordo com Nilza, em casos mais brandos, podem ser usados cremes despigmentantes, à base de ácidos, aplicados em casa, sempre à noite. Também são indicadas sessões de peelings, físicos ou químicos, que custam, em média, R$ 120 por sessão. A novidade nessa área é a luz interna pulsada, um equipamento que tem bons resultados no clareamento e, em alguns casos, até na remoção das manchas, a um custo médio de R$ 180 cada sessão.
Nenhum dos tratamentos é indicado para mulheres grávidas e, para a aplicação da luz interna pulsada, é necessário esperar um tempo até que a cor "desbote", pois a pele bronzeada tem uma concentração alta de melanina. Os tratamentos têm duração variada, de acordo com a gravidade dos casos. Nilza alerta, porém, que é preciso ter disciplina com a proteção mesmo depois da remoção das manchas. "Se a pessoa finalizar o tratamento e continuar a tomar sol sem os cuidados necessários, as manchas, invariavelmente, vão voltar."

TIPOS DE MANCHAS:

Melanose solar: Tipo mais comum de manchas causadas por uma produção exagerada de melanina (que dá cor à pele) em consequência da exposição ao sol. São manchas pequenas, isoladas e difusas. Acomete tanto homens quanto mulheres.

Melasma: Manchas escuras que apresentam piora na aparência quando expostas ao sol. Aparecem, principalmente, na região da testa (zona T) e no buço. Algumas pessoas têm predisposição para o desenvolvimento desse tipo de mancha, como mulheres grávidas ou que fazem uso de anticoncepcionais, pela influência dos hormônios na produção de melanina. Tem maior incidência em mulheres, mas também acomete homens. O tratamento é mais difícil que o da melanose solar.

Fitofotodermatose: Manchas causadas pelo contato de substân-cias como limão e laranja com a pele, assim como o uso de produtos caseiros para bronzear, como óleo de folha de figo. Além das manchas, eles podem causar queimaduras.

PREVENÇÃO:

*  É essencial o uso do protetor solar, com reaplicação a cada duas horas ou sempre que se entrar no mar ou na piscina
*  O uso de chapéus, bonés e viseiras potencializa a proteção
*  Não é indicada a exposição ao sol das 10h às 16h
* Mulheres grávidas ou que usem anticoncepcionais devem redobrar os cuidados

TRATAMENTOS:

Cremes despigmentantes: Aplicação de cremes à base de ácidos (como retinoico e glicoico) em casa, à noite, durante dois ou três meses. Se for necessária a exposição ao sol, deve-se suspender o tratamento com uma semana de antecedência.

Peelings: Podem ser físicos (de cristal ou diamante) ou químicos (ácidos). Têm a função de remover a camada mais externa da pele, auxiliando o clareamento e a remoção das manchas. Além disso, atuam no fotorrejuvenecimento, por estimularem a produção de colágeno na pele. São necessárias várias sessões, que podem ser semanais, quinzenais ou mensais, dependendo da gravidade.
A média é de seis sessões.

Luz interna pulsada: Equipamento indicado para o tratamento de manchas, exceto o melasma. Esse tipo de luz tem vários comprimentos de onda, mais intensas. No tratamento, um gel é aplicado no local das manchas, onde a luz é disparada. Com isso, os melanócitos presentes na mancha são destruídos. É formada uma espécie de casca, que cai de cinco a sete dias depois. As manchas podem ser clareadas ou até removidas em quatro a seis sessões. Não deve ser feito em gestantes, em pessoas com a pele ainda bronzeada e em quem tem doenças fotossensibilizantes, como o lúpus.

Fonte: ESTADO DE MINAS – MG

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